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12 de mai. de 2007
NOVA ESTRELA
12/05/2007 - 10h24 Grupo acha estrela com 13,2 bilhões de anos na Via Láctea da Folha de S.Paulo Um grupo de astrônomos conseguiu localizar dentro da nossa galáxia uma das estrelas mais velhas cuja idade já foi medida. O fóssil cósmico, batizada com a sigla HE 1523-0901, existe há 13,2 bilhões de anos e é quase tão antiga quanto o Universo, que tem cerca de 13,7 bilhões de anos. A descoberta, descrita na edição de ontem da revista científica "Astrophysical Journal", foi feita por uma equipe internacional de cientistas no ESO (Observatório Europeu do Sul), no Chile. Adolf Schaller/Nasa Ilustração mostra universo jovem com suas primeiras estrelas Ilustração mostra universo jovem com suas primeiras estrelas Usando o VLT (Very Large Telescope), um dos telescópios mais poderosos do planeta, o grupo conseguiu analisar a luz que vinha da estrela para identificar os elementos de que ela é composta e determinar sua idade por meio da análise de sua estrutura. A técnica usada pelos cientistas é a de comparar a quantidade de elementos radioativos mais pesados que existem na estrela. Esses elementos decaem --perdem partículas, formando outros elementos-- a uma taxa de tempo predeterminada e conhecida. Tendo uma boa estimativa de como deveria ser a estrela no momento de seu nascimento e de como ela é agora, é possível estimar a idade do astro. "Surpreendentemente, é muito difícil acertar a idade de uma estrela", disse Anna Frebel, astrônoma da Universidade do Texas, autora principal do estudo, em comunicado à imprensa. "Isso requer medidas muito precisas da abundância dos elementos radioativos urânio e tório, algo que só os grandes telescópios do mundo podem atingir." Esses elementos foram formados pelas explosões das primeiras estrelas que morreram no Universo. HE 1523-0901 é uma estrela de segunda geração, formada a partir desses restos. Com boas teorias sobre o Universo, os cientistas podem estimar qual deveria ser a composição dela no momento de seu nascimento. Relógio cósmico Após medir a "assinatura" da luz da estrela por sete horas e meia no ESO, os cientistas conseguiram determinar não só a diferença de proporção entre urânio e tório, mas também entre urânio e irídio, tório e európio e outros elementos dentro da estrela. Cada uma dessas comparações serve como um "cronômetro" diferente para determinar a passagem do tempo dentro da estrela. Quanto maior o número delas, maior a precisão do estudo. "Até hoje, não era possível medir mais do que um único relógio cósmico para uma estrela", diz Frebel. "Agora, porém, conseguimos fazer seis medidas só para essa estrela." Segundo os cientistas, sua técnica vai ajudar tornar outras medidas mais precisas. "Medidas estelares como essa fornecem um limite mínimo para a idade da galáxia e, conseqüentemente, do Universo", escrevem os pesquisadores. A composição dessas estrelas por sua vez pode dar pistas sobre como era o Universo jovem, com apenas 500 milhões de anos.
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