31 de dez. de 2008

A GUERRA ESQUECIDA DA AFRICA



CONGO -

Situação no Congo é ' catastrófica', diz Cruz Vermelha
Violência no Congo deixa um milhão de refugiados
Entenda os confrontos entre governo e rebeldes no Congo

Ministros europeus se reúnem com presidente do Congo
Congo: refugiados deixaram acampamento da ONU devido a incêndio

Rebeldes no Congo impedem população civil de fugir, diz jornal

Líderes do Congo e de Ruanda concordam em discutir crise

Cerca de um milhão de pessoas fogem de conflito no Congo, diz ONU

Campos de deslocados internos no Congo são incendiados, diz ONU

Leia o que já foi publicado sobre a República Democrática do Congo

ONU pede envio de tropas européias ao Congo30 outubro, 2008 | BBC Report Violência no Congo forçou fuga de 45 mil, diz ONU29 outubro, 2008 | BBC Report Conflitos no Congo deixam milhares de refugiados25 outubro, 2008 | BBC Report Ruanda acusa França de participação no genocídio de 199406 agosto, 2008 | BBC Report Tropas de paz 'estão no limite', diz diretor da ONU31 julho, 2008 | BBC Report ONU classifica estupro como 'tática de guerra'20 junho, 2008 | BBC Report 'DJ da paz' tenta desmobilizar rebeldes no Congo17 junho, 2008 | BBC Report Tropas da ONU são acusadas de armar rebeldes no Congo.

Apesar da negativa de vários países da região, há fortes indícios de que forças estrangeiras estejam envolvidas nos conflitos no leste da República Democrática do Congo.

Jornalistas no leste da República Democrática do Congo disseram que até um quarto das forças que lutam ao lado do general dissidente, Laurent Nkunda, são ruandesas.

Alguns soldados até teriam dito ter recebido seus soldos do Exército ruandês.

Outras informações apontam para a presença de soldados angolanos e zimbabuanos na região.

'Guerra Mundial da África'

A possibilidade despertou temores de uma repetição de uma guerra que durou de 1998 a 2003 no Congo, e envolveu oito países da região, tornando-se conhecida como a "Guerra Mundial da África".

Na época, forças do governo congolês, apoiadas por soldados de Angola, Zimbábue e Namíbia combateram rebeldes do Congo apoiados por Uganda, Ruanda e Burundi.

As evidências parecem sugerir que a história pode se repetir. A eventual presença de soldados ruandeses nas forças rebeldes tutsis congolesas já vem sendo noticiada há algumas semanas.

Ao mesmo tempo, surgiram relatos de moradores da capital regional, Goma, de que entre as forças do governo congolês estão soldados angolanos - são militares que não falam nenhuma das línguas locais e se comunicavam em português.

Especialistas dizem, contudo, que estas evidências não são conclusivas, pois alguns soldados congoleses, inclusive um grupo conhecido como Tigres Katangueses, lutaram em Angola durante a guerra civil no país e conversam, com freqüência, em português.

Apesar disso, há indícios de que soldados do Zimbábue estejam envolvidos.

Um desertor do Exército disse à BBC que integrava a força que permaneceu no Congo depois do fim da última guerra, em 2003.

"Alguns soldados zimbabuanos foram deixados no Congo durante a retirada das forças aliadas. Há cerca de 250 soldados que ficaram para trás sem o conhecimento de outros países", afirmou o desertor, que não quis ter sua identidade divulgada.



O governo angolano nega ter enviado tropas para o Congo, embora afirme que apoiaria o governo caso receba um pedido neste sentido da organização regional SADC (Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral).

Ruanda negou reiteradamente ter enviado soldados para o Congo, mas declarações semelhantes foram feitas durante os estágios iniciais da última guerra - e ninguém duvida que tropas estrangeiras tiveram um papel-chave no conflito.

Nestas circunstâncias, não é de surpreender que o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, tenha advertido que o conflito pode envolver o resto da região.

DOENÇAS<


A febre hemorrágica ébola, uma das doenças humanas mais letais, reapareceu na República Democrática do Congo (RDC). A informação foi ontem adiantada em Genebra pela Organização Mundial de Saúde (OMS), que confirma um mínimo de cinco casos. Não se sabe quantas pessoas foram infectadas, mas a epidemia ainda não identificada que alastra no Kasai Ocidental, no centro do país, já atingiu quase 400 indivíduos, não sendo de excluir que se trate de ébola ou de uma associação de duas infecções distintas.

As autoridades sanitárias locais contabilizam 166 mortos, embora muitos dos doentes possam ter falecido devido a complicações ligadas a outra febre hemorrágica, considerada menos perigosa, a doença de Shigella. Mas um responsável da OMS contactado pela AFP, em Kinshasa, atribui estas mortes ao vírus ébola. Além dos cinco casos já confirmados em Genebra, há 40 análises pendentes.

A última vez que o vírus ébola surgiu na RDC foi em 2005, com 12 infectados e nove mortos (uma taxa de fatalidades de 75%). O pior surto de que há memória ocorreu no Uganda, em 2000 e 2001, com 425 casos e 224 mortos. A doença apareceu pela primeira vez no Sudão e no Zaire (actual RDC). A versão congolesa teve uma taxa de mortalidade de 88% (contra 53% da sudanesa), tendo na altura morrido 318 pessoas no Zaire e 284 no Sudão.

Para além de dar escassas esperanças de sobrevivência, esta infecção é muito contagiosa. O vírus é transmitido através do contacto das pessoas com fluidos corporais dos doentes, sangue ou outras secreções. A incubação varia entre dois dias e 21 dias. Estas circunstâncias tornam perigosos os enterros das vítimas ou o tratamento dos doentes. Os infectados sofrem violentas febres e dores de cabeça, seguindo-se vómitos, diarreia e, muitas vezes, hemorragias internas e externas. Não existe vacina e os tratamentos consistem em hidratação intensa dos doentes.

Desta vez, o estado caótico da RDC e a ocorrência simultânea de várias rebeliões poderão dificultar o combate à epidemia.





29 de dez. de 2008

A NOVA GUERRA DE ISRAEL



Israel está em guerra sem trégua contra Hamas", diz ministro israelense



Israel está comprometido em uma guerra sem tréguas contra o movimento radical islâmico palestino Hamas na faixa de Gaza, afirmou nesta segunda-feira o ministro israelense da Defesa, Ehud Barak, à Knesset (Parlamento).

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"Não temos nada contra os habitantes de Gaza, mas estamos comprometidos em uma guerra sem trégua contra o Hamas e seus aliados", afirmou Ehud Barak, no terceiro dia de ataques aéreos israelenses na faixa de Gaza, que já deixaram mais de 270 mortos.
Tara Todras-Whitehill/AP
Ministro de Defesa israelense, Ehud Barak, afirma que guerra é sem tréguas
Ministro de Defesa, Ehud Barak, afirma que guerra é sem tréguas

"A contenção que temos observado é uma fonte de força. Lutamos com uma vantagem moral. Eles disparam contra civis deliberadamente. Nós encurralamos os terroristas e evitamos, na medida do possível, atingir civis quando a gente do Hamas atua e se esconde intencionalmente em meio à população", afirmou o ministro, sobre a ofensiva que está sendo duramente criticada pela comunidade internacional.

A declaração de Barak amplia a tensão diante da grande ofensiva que Israel lançou contra a faixa de Gaza no sábado (27) como resposta à suposta violação --e lançamento de foguetes-- do Hamas da trégua de seis meses assinada com Israel e que acabou oficialmente no último dia 19.

De acordo com a agência de notícias Reuters, o número de mortos já chega a 298 e, segundo a agência France Presse, passa de 300. Trata-se da pior ofensiva realizada por Israel desde a Guerra dos Seis Dias, em 1967.

Barak disse lamentar que existam vítimas civis dos ataques israelenses, "embora não sejam numerosas" (segundo a ONU, ao menos 51 civis morreram nos três dias de ataques). "Não queremos atacar mulheres, crianças, homens; e não impedimos a ajuda humanitária", completou.

Bloqueio

Prisioneiros palestinos passam por cima de escombros de quartel atacado por Israel
Prisioneiros palestinos passam por cima de escombros de quartel atacado por Israel

O setor de fronteira de Israel com a faixa de Gaza foi declarado 'zona militar fechada' pelo Exército israelense nesta segunda-feira, anunciou um porta-voz militar, no mesmo dia em que a Força Aérea israelense lançou novos bombardeios contra a região que mataram sete pessoas, quase todos menores ou mulheres.

O porta-voz militar informou que as estradas da região estão fechadas aos civis que não têm autorizações militares. A circulação será permitida apenas aos habitantes israelenses da área afetada. A medida pode ser considerada a fase prévia de uma operação terrestre.

Ataques

Nesta madrugada, um ataque a um prédio do campo de refugiados de Jabalya, no norte da faixa de Gaza, deixou um homem, duas mulheres e um bebê de um ano de idade mortos, segundo fontes médicas palestinas.

Outro bombardeio, desta vez contra a cidade de Rafah, no sul de Gaza, deixou dois adolescentes e uma criança da mesma família mortos.

O escritório do chefe de governo do Hamas em Gaza, Ismail Haniyeh, também foi bombardeado nesta madrugada, informou o Exército israelense em comunicado que lista, nas últimas 12 horas, ataques contra 'dúzias de alvos vinculados ao Hamas, como centros de armazenamento e fabricação de armas, túneis, lugares de lançamento de foguetes e armazéns'.

Haniyeh não estava no escritório, já que todos os líderes do Hamas se escondem desde que começou a onda de ataques.

Reação

As milícias palestinas ligadas ao Hamas continuaram lançando foguetes contra o sul de Israel, um dos quais matou um israelense e feriu outros sete na cidade de Ashkelon, informa a rádio pública do país.

Além disso, um ataque palestino feriu quatro israelenses --um deles gravemente-- ao apunhalá-los no assentamento de Kiryat Sefer, em território da Cisjordânia, informou a Polícia.

O agressor ficou gravemente ferido à bala no primeiro aparente ato de vingança fora de Gaza à operação israelense na faixa. Desde o começo da ofensiva, dois israelenses morreram.







Com agências internacionais