8 de mai. de 2007

AQUECIMENTO GLOBAL 6

Efeito estufa ameaça Everest e outras maravilhas
Corais
Os recifes de Belize são frágeis e precisam de cuidados especiais
Especialistas da ONU estão reunidos em Paris para determinar os riscos que as mudanças climáticas representam para algumas das grandes maravilhas do planeta.

A Organização das Nações Unidas Para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) disse que o efeito estufa está ameaçando patrimônios da humanidade como o Monte Everest, no Nepal, e a Grande Barreira de Corais, na Austrália.

A reunião de dois dias tem como objetivo desenvolver planos de ação para minimizar a ameaça.

Grupos ambientalistas querem que as medidas incluam promessas de redução nas emissões de dióxido de carbono, mas os Estados Unidos dizem que a Unesco não tem autoridade para agir na questão do aquecimento global.

Teoria sem prova

Em documento divulgado pelo país antes da reunião, o governo americano diz que a Unesco não tem base para considerar mudanças climáticas provocadas pelo homem como uma "ameaça" a patrimônios da humanidade.

Isso porque, segundo os Estados Unidos, a teoria não foi provada.

A posição dos americanos parece bastante diferente da do governo britânico, que está financiando a reunião.

De acordo com a Convenção do Patrimônio Mundial, adotada pela Unesco em 1972, os países membros se comprometem a proteger Patrimônios Mundiais da Humanidade onde quer que eles estejam.

Há 18 meses, grupos ambientalistas vêm alertando a Unesco de que quatro monumentos naturais estão ameaçados pelo efeito estufa.

Eles são o Parque Nacional Sagarmatha, no Himalaia; a Barreira de Corais de Belize; o Parque Nacional de Huascarán, no Peru e a Geleira Waterton no Parque Internacional da Paz na fronteira dos Estados Unidos com o Canadá.

Segundo os ambientalistas, esses monumentos estão ameaçados pelo aumento da temperatura ambiente e a acidificação dos oceanos.

A Unesco, no entanto, vai ainda mais longe.

A organização incluiu na lista a Grande Barreira de Corais, na Austrália; o Fiorde Ilulissat, na Groenlândia, e o Monte Kilimanjaro.

Também foram incluídos monumentos construídos pelo homem, como a Torre de Londres, a cidade de Veneza, as Grandes Mesquitas de Timbuktu e os templos pré-históricos de Hagar Qim em Malta.

Segundo a Unesco, esses monumentos podem sofrer danos e até desabamento por causa da desertificação e de mudanças na temperatura e nas chuvas.

Os Estados Unidos dizem que a Unesco não pode adotar medidas de proteção a não ser que os países onde os monumentos ameaçados estão localizados estejam de acordo.

Até agora, nenhum dos países envolvidos se posicionou sobre o assunto.

O encontro deve propor uma lista de medidas que serão submetidas para adoção na reunião do Comitê do Patrimônio Mundial, em julho.

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