Israel ignora leis e tortura prisioneiros palestinos, diz relatório
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da Efe, em JerusalémOs organismos de segurança de Israel ignoram as leis e continuam torturando prisioneiros palestinos durante os interrogatórios a que são submetidos, denunciaram neste domingo as organizações israelenses pelos direitos humanos palestinos B'Tselem e Moked.
O relatório que apresentaram em entrevista coletiva, baseado no testemunho de 73 prisioneiros da Cisjordânia ocupada, acusa os Agentes secretos do Serviço Geral de Segurança (Shin Bet), que operam nos territórios palestinos e dentro de Israel, de aplicar métodos de tortura condenados pelo Tribunal Superior de Justiça deste país em 1999, e pela legislação internacional.
"O propósito dos agentes israelenses é enfraquecer o espírito dos prisioneiros durante o interrogatório, o que contradiz o ditame da Suprema Corte de Justiça", que antes de sua decisão de 1999 tinha autorizado uma "pressão física moderada", diz a pesquisa da B'Tselem e da Moked.
Os abusos de prisioneiros palestinos incluem "golpes, mantê-los algemados em posições dolorosas, o estiramento do corpo e a privação de dormir", entre outros, mas também incluem a proibição de ir ao vaso sanitário e alimentá-los com comida em mau estado de conservação.
Em alguns casos, os prisioneiros apanham com a culatra de armas, ou os agentes batem suas cabeças contra a parede, afirmam essas instituições israelenses pelos direitos humanos palestinos.
Os considerados "bombas ambulantes" sofrem torturas ainda mais graves, agregam as fontes, enquanto exortam às autoridades que ordenem que os agentes do Shin Bet abram mão dessas torturas que são gravadas com câmaras de vídeo.
Além disso, pedem a autorização de inspeções e que a investigação por um organismo externo.
Segundo a B'Tselem e Moked, a rotina nos centros de detenção "é manter os prisioneiros em condições espantosas", além de submetê-los a "torturas e humilhações".
Críticas
O Ministério da Justiça, em nome do Shin Bet ou "Shabak" e do Exército, reagiu ao relatório dizendo que ele "está infestado de erros, de queixas sem fundamento e de inexatidões".
Segundo o Ministério, trata-se de uma mostra não representativa do que ocorre durante a detenção e os interrogatórios, e que o relatório "apresenta uma versão distorcida da realidade".
Além disso, acrescenta que a B'Tselem e a Moked não identificam as vítimas que testemunharam para a preparação do relatório, e isto não permite que suas queixas sejam revisadas.
O Ministério da Justiça sustenta que os interrogatórios proporcionam informações valiosas e permitem a prevenção de ataques palestinos contra a população israelense.
Além disso, informa que se os palestinos detidos nas freqüentes batidas noturnas pelo Exército na Cisjordânia se queixarem do tratamento que recebem ou apresentarem sinais de violência, o Ministério transferirá a reivindicação à Polícia militar para investigar as denúncias.
Mas, segundo a B'Tselem e a Moked ou Centro pelos Direitos do Indivíduo, desde 2001 os prisioneiros apresentaram mais de 500 queixas por maus tratos, mas nenhuma delas foi investigada.
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