8 de mai. de 2007

MUDANÇAS CIIMÁTICAS

Brasil leva vantagem para limitar emissões, diz governo

Usina de Itaipu
Brasil usa mais hidrelétricas do que outros emergentes
Limitar as emissões de gases causadores do efeito estufa deve ser mais fácil para o Brasil do que para outros países emergentes, pois esta ação não envolve mudanças significativas nas fontes de geração de energia elétrica, disse à BBC Brasil uma especialista do governo brasileiro.

"A energia elétrica no Brasil se baseia em tecnologia hidroelétrica e isso tem nível de emissão de carbono praticamente zero", disse a especialista Branca Americano, do ministério da Ciência e Tecnologia.

Ela participou da redação do relatório do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC, em inglês) da ONU, cuja terceira parte foi divulgada nesta sexta-feira em Bangcoc, na Tailândia.

Segundo Americano, o Brasil está "muito bem na foto" se comparado com os outros emergentes, porque o país não depende de combustíveis fósseis como o carvão, que emitem mais gás carbônico.

Já a diretora do grupo de trabalho do IPCC, a brasileira Thelma Krug, observa que a maior parte das emissões de carbono no Brasil é causada pelo desmatamento de florestas.

"É muito mais fácil para nós cortarmos as emissões, pois se trata de desmatamento, que é uma atividade ilegal. As razões econômicas do desmatamento por si não tem um impacto significante para o país como a queima de carvão tem para a China, por exemplo."

Relatório

Segundo o relatório divulgado nesta sexta-feira os níveis de emissão de gases causadores do efeito estufa aumentaram no mundo 70% desde 1970. Até 2030, eles podem crescer até 110% se não forem tomadas providências para reverter a tendência.

O documento afirma que manter as emissões de carbono em níveis que minimize o aquecimento global custaria 3% do Produto Interno Bruto mundial até 2030.

O relatório indica no capítulo de trata de florestas, que a maior parte das emissões de CO2 causadas por desmatamento ocorre em países tropicais.

Gavin Edwards, especialista nas questões de energia e mudança climática da ONG Greenpeace, ressalta que "o desmatamento tem que ser levado a sério por estas nações e o relatório reconhece isso".

Segundo Edwards, o Brasil precisa agir logo e não pode se deixar cegar pelo fato de ter a questão da energia elétrica melhor resolvida que outros emergentes.

"O que o Brasil precisa é simplesmente combater com mais eficiência o desmatamento", diz Edwards.

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