28 de ago. de 2008

MATÉRIA NEGRA




Choque de duas galáxias ajuda a desvendar mistério da matéria negra





WASHINGTON (AFP) - Uma gigantesca colisão entre duas galáxias, detectada pelos telescópios espaciais Hubble e Chandra X-Ray, permite distingüir claramente a misteriosa matéria escura da matéria comum, segundo os resultados de trabalhos de astrônomos americanos. As imagens ópticas mostram, graças a uma técnica de coloração, a matéria escura passar (em azul), sem ser contida, através de montes de matéria comum, sobretudo de gases quentes, que apareciam em rosa pelo raios X, explicam. Essa descoberta é considerada importante porque confirma os resultados de uma observação anterior, de 2006, do amontoado galático Bullet gerado por uma enorme colisão entre duas galáxias. "Segundo acreditamos, essa última observação é uma etapa-chave para a compreensão das propriedades da misteriosa matéria escura", considera Marusa Bradac, astrofísico da Universidade da Califórnia em Santa Barbara e principal autor desse comunicado. "A matéria negra é cinco vezes mais abundante que a matéria comum no universo", acrescenta. Os cerca de 72% restantes são, supõem os astrofísicos, a energia de vida que explicaria a aceleração da expansão do universo, apesar da força gravitacional. "Esse estudo confirma o fato de que nós estamos diante da presença de uma matéria muito diferente daquela que conhecemos e da qual somos feitos",. Como com o Bullet em 2006, esse último amontoado galático (oficialmente chamado de MACSJ0025.4-1222), situado a 5,7 bilhões de anos-luz da Terra, mostra uma clara separação entre matéria negra e matéria comum. A colisão de dois amontoados de galáxias de uma massa respectiva de milhões de bilhões de vezes a do nosso Sol se produz a velocidades de dezenas de milhões de km/h, segundo esses astrofísicos. Após o choque, a velocidade dos gases de cada um dos amontoados galáticos se reduz, mas não a da matéria negra, ressaltam os pesquisadores, cujos trabalhos serão publicados na próxima edição do Astrophysical Journal.


Na cosmologia, matéria escura (ou matéria negra) é uma forma postulada de matéria que só interage gravitacionalmente (ou interage muito pouco de outra forma). Sua presença pode ser inferida a partir de efeitos gravitacionais sobre a matéria visível, como estrelas e galáxias.

As observações de sistemas astrofísicos que indicam a existência de matéria escura são diversas e muitas vezes baseadas em técnicas experimentais diferentes. São exemplos clássicos dessas observações as curvas de rotação planas de galáxias, a aplicação do teorema do virial a aglomerados, a análise das anisotropias da radiação cósmica de fundo e a própria taxa de expansão observada do universo - através de diagramas redshift-magnitude de supernovas Ia.]

MACHOs são apontados por promover a díspar existência da matéria, porém mais apontadas são as WIMPs, possíveis componentes.

A composição da matéria escura é desconhecida, mas pode ser composta de novas partículas elementares, como WIMPs, áxions e neutrinos pesados.

Existem tentativas de solucionar o problema da matéria escura propondo-se alterações na gravitação (um exemplo famoso é a MOND), no entanto, até o momento, nenhuma delas obteve grande sucesso.

Em contrapartida, a matéria escura fria é um dos principais ingredientes do modelo ΛCDM, que tem obtido grande sucesso na descrição da formação da estrutura em larga escala do universo.

Uma das coisas mais interessantes é que a matéria escura corresponde a aproximadamente 23% de toda a matéria do universo. O restante seria constituido de energia escura, 73% e a matéria convencional, 4%.