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1 de jun. de 2007
GERRA NO LÍBANO
01 de junho de 2007 - 14:17
Retomada de combates no Líbano mata 14 pessoas
Militares libaneses avançaram, mas não está claro se pretendem invadir o campo
AP
Veículos do Exército libanês seguem para o campo de refugiados de Nahr el-Bared
BEITURE - Os confrontos entre o Exército libanês e militantes islâmicos do Fatah al-Islam no campo de refugiados palestinos de Nahr al-Bared, norte do Líbano, deixaram pelo menos 14 mortos, incluindo dois soldados, e 10 feridos nesta sexta-feira, 1. Segundo informações da BBC, durante os 13 dias de combates, mais de 100 pessoas morreram.
Segundo informações da agência oficial libanesa, houve combates nos limites do campo de e o Exército tomou uma série de posições de onde estava sendo atacado por rebeldes, que recuaram para o interior do campo de refugiados. Dezenas de tanques de batalha e veículos blindados avançaram para posições ao norte de Nahr al-Bared.
Um porta-voz da Cruz Vermelha, Igor Ramazzotti, disse que a situação humanitária é muito grave e está piorando para os civis que permanecem dentro do campo.
O Exército libanês afirmou que, nesta sexta, os militantes dispararam contra os soldados de dentro do campo e os militares estão respondendo aos disparos com precisão, bombardeando as posições dos militantes e está fazendo de tudo para evitar atingir os civis.
A ONU afirma que 25 mil pessoas fugiram do campo, mas parte dos 31 mil habitantes continua presa no local. Os choques estariam concentrados nas entradas norte e sul do campo.
Invasão
O Exército libanês decidiu eliminar o grupo sunita radical Fatah al-Islam e conta com o apoio da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), disse nesta sexta à rede Al Jazira o responsável da OLP Abbas Zaki.
"Tomamos a decisão de realizar uma entrada estudada no campo de refugiados de Nahr al-Bared para aniquilar o grupo radical, mesmo que este decida tomar o campo de refugiados, e garantir que os civis não fiquem feridos", disse Zaki. No entanto, fontes do Exército libanês descartaram uma entrada em breve no acampamento.
Desde o dia 20 de maio, milicianos do grupo radical sunita Fatah al-Islam, que se considera vinculado à Al Qaeda, enfrentam tropas do Exército libanês no campo de refugiados de Nahr al-Bared, no norte do Líbano.
Segundo a rede de televisão árabe, o governo do primeiro-ministro libanês, Fouad Siniora, deu "sinal verde" ao Exército para entrar em certas áreas do acampamento, onde os milicianos se escondem entre a população civil.
Aparentemente, o Exército libanês já entrou em uma zona do norte da localidade, conhecida como Al-Tamir.
No começo da manhã, foram retomados os combates entre as duas partes, depois que franco-atiradores do Fatal al-Islam atiraram contra vários postos militares situados no perímetro externo de Nahr al-Bared, segundo fontes policiais. Após o início dos combates, foram chegando reforços militares ao acampamento, acompanhados por um contínuo bombardeio da artilharia contra posições dos milicianos.
A situação é tensa entre os refugiados palestinos, após os recentes incidentes no acampamento de Nahr al-Bared, no norte do Líbano, onde partidários do Fatah al-Islam, um grupo radical sunita supostamente vinculado à rede terrorista Al Qaeda, enfrentam o Exército libanês.
Combatentes do Fatah, facção principal da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), e do grupo radical sunita Jund al-Shams se enfrentaram nesta madrugada num acampamento de refugiados no sul do Líbano, anunciaram fontes palestinas.
O motivo do confronto foi a tentativa de assassinato de um membro do Fatah por partidários do Jund al-Shams. Os milicianos se enfrentaram numa das entradas do acampamento de Ain el-Helu, o maior do Líbano, nos arredores da cidade de Sidon.
Apesar de um acordo de cessar-fogo anunciado na semana passada, os combates se intensificam durante a noite para diminuir de intensidade no dia. Nas últimas 24 horas, um soldado libanês morreu baleado por um atirador do Fatah al-Islam e outros três foram feridos, segundo fontes militares. Oito combatentes palestinos também morreram.
Bombardeios
O Exército do Líbano retomou nesta sexta os bombardeios contra posições do grupo radical Fatah al-Islam no acampamento de refugiados palestino de Nahr al-Bared, perto da cidade de Trípoli, enquanto aumenta a presença militar em seus arredores, segundo fontes policiais libanesas.
O novo ataque foi ordenado após uma noite de combates intermitentes e um ataque de franco-atiradores do Fatah al-Islam contra militares.
Vários canais de televisão libaneses mostraram imagens do campo de refugiados, com nuvens de fumaça subindo pelo ar enquanto se ouvem explosões.
O governo do primeiro-ministro Fouad Siniora insiste que os militantes do grupo radical devem se render ao Exército e se entregar às autoridades para serem julgados pela morte de 35 soldados nos confrontos que começaram há duas semanas.
Os combatentes prometem lutar até "a última gota de sangue" e acusam "terceiros" de ter provocado o conflito para servir a certos objetivos, que não especificaram.
A maioria dos 40 mil habitantes de Nahr al-Bared buscou refúgio no acampamento de Badawi e em outras localidades. No entanto, o governo acusa o Fatah al-Islam de manter de três mil a oito mil palestinos como reféns para impedir um ataque das forças de segurança.
Mustafa Alush, do grupo Corrente de Futuro, a maior bancada da Câmara, disse ao canal Al Jazira, que o "Exército libanês parece ter decidido acabar com a resistência, depois do fracasso de todos os esforços de negociação". No entanto, a informação não pôde ser confirmada oficialmente.
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