19 de mai. de 2007

CÂNCER DE MAMA.





Grã-Bretanha considera seleção genética contra câncer de mama

Embriões podem ser tetados para detectar genes que causam doenças
Dois casais britânicos com longos históricos familiares de câncer de mama querem ser os primeiros a submeter embriões a testes para prevenir que seus filhos desenvolvam a doença no futuro.
Os médicos irão selecionar embriões que não contenham o gene BRCA1. Esse gene aumenta o risco de câncer de mama entre 60% e 80%, mas que não significa que a pessoa irá necessariamente desenvolver a doença.
Até agora, esse tipo de teste – chamado diagnóstico genético pré-implantação – só foi aprovado para detectar genes que sempre causam doenças quando herdados, como acontece com a fibrose cística.
O exame consiste em testar embriões geneticamente em laboratório. Para isso, os embriões precisam ser concebidos através da fertilização in vitro.
Opção
O médico Paul Serhal, do University College Hospital de Londres, já fez o pedido para realizar o teste que detecta o gene BRCA1 e a Autoridade de Fertilização e Embriologia, inicialmente, concordou.
A decisão final deve sair nos próximos meses.
“O que nós estamos fazendo aqui é dar aos pais a opção de poupar seus filhos do trauma que enfrentaram e erradicar essa transmissão genética que está acontecendo de geração para geração”, disse Serhal.
Um dos casais que buscam aprovação para o teste é Helen e Matthew, da cidade britânica de Bedford.
“Eu vivi boa parte da minha vida com o câncer, a morte e o medo de que eu possa ter que enfrentar a doença ou passá-la para meus filhos”, disse Helen, de 22 anos, ao jornal The Times.
“O teste nos dá a chance de garantir que nossas filhas não passarão pela mesma experiência.”
Críticas
Mas críticos dizem que a aprovação desse tipo de teste pode abrir caminho para a criação dos chamados “designer babys” (bebês de designer, em tradução-livre), quando embriões seriam testados e selecionados com base na aparência física e inteligência.
Outro problema é o fato de que os embriões que contém o gene serão destruídos.
“Esse não é um caminho aceitável. Não é uma solução ou uma cura para o câncer de mana. Isso já está indo em direção à busca pela perfeição”, disse Josephine Quintavalle, da organização Comment on Reproductive Ethics.
Já para Sarah Rawlings, da ONG Breakthrough Breast Cancer, “a decisão de usar testes embrionários para doenças como câncer de mama é complexa e uma questão muito pessoal”.
“Mulheres com históricos familiares de câncer de mama nos dizem que o que é certo para uma mulher pode não ser a melhor opção para outra”, disse.
“É importante que qualquer um afetado tenha acesso à informação apropriada e apoio para que possa tomar a decisão mais adequada.”

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