24 de jun. de 2007

VIAGRA E FERTILIDADE


Estudo diz que Viagra pode reduzir fertilidade


Viagra
Quem quer ter filhos deve evitar uso recreativo, alertam cientistas
Um novo estudo na Grã-Bretanha afirma que os homens que tomam Viagra podem ter a sua fertilidade prejudicada.

Especialistas afirmam que o comprimido contra impotência ajuda a acelerar o movimento dos espermatozóides. Por essa razão, alguns homens com planos de engravidar suas mulheres fazem tratamento com o medicamento para aumentar as suas chances.

Mas pesquisadores da Queen´s University, da cidade de Belfast, vão revelar num encontro da Sociedade Britânica de Fertilidade que a droga altera um processo químico necessário para a fertilização do óvulo.

Esse processo, conhecido como reação acrossômica, libera enzimas digestivas que fragilizam a camada protetora do óvulo, permitindo que o espermatozóide entre com mais facilidade.

O Viagra aparentemente acelera a reação acrossômica. Desta forma, quando alcança o óvulo, o espermatozóide já não tem mais enzimas digestivas para ajudá-lo a atravessar a membrana externa do óvulo.

'Fins recreativos'

Os cientistas testaram 45 amostras de sêmen. Descobriram que naquelas amostras tratadas com Viagra, um índice muito maior de espermatozóides – até 79% a mais – fizeram a reação acrossômica mais rapidamente que o normal.

A descoberta reforça estudos anteriores com ratos que mostraram que, com o Viagra, menos óvulos são fertilizados e menos embriões se desenvolvem.

A pesquisadora Sheena Lewis fez um alerta aos homens que usam o Viagra para fins "recreativos".

"Quando o Viagra foi lançado em 1998, tinha como objetivo homens com problema de impotência, sobretudo homens mais velhos que não estavam interessados em ter filhos. Agora ele se tornou uma droga muito popular para a melhora do desempenho sexual", disse Lewis.

"A mensagem que queremos passar é que deve-se ter cautela ao tomar drogas recreativas quando você tem planos de iniciar uma família."

Entretanto, John Dean, secretário-geral da Sociedade Européia para a Medicina Sexual, afirmou ser difícil tirar conclusões firmes a parte do novo estudo.

Segundo ele, muitas vezes os resultados de testes em laboratório não refletem aquilo que ocorre dentro do corpo humano. O esperma, observou, costuma ser muito sensível ao ser retirado de seu ambiente natural.

"Os casais sem filhos – e a população em geral – devem saber que nos cinco anos desde o surgimento do Viagra, nenhum grande efeito prejudicial na fertilidade foi observado", declarou Dean.

"Seria uma vergonha se uma notícia desnecessariamente alarmista levasse as pessoas a deixar de utilizar um tratamento que poderia, na verdade, ajudá-las."

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