24 de jun. de 2007

PÍLULA DA BARRIGA


Médicos nos EUA vêem risco de suicídio em 'pílula antibarriga'


O remédio tem efeito comprovado na redução de gordura na cintura
Uma junta médica recomendou que o inibidor de apetite Acomplia (rimonabanto), do laboratório francês Sanofi-Aventis, seja proibido pela agência americana reguladora para medicamentos e alimentos (FDA, na sigla em inglês) por ter sido associado a um aumento de tendências suicidas.

Os fabricantes não conseguiram comprovar à comissão de médicos reunida pela FDA que o uso terapêutico do remédio– que ficou conhecido no Brasil como "pílula antibarriga" – é seguro, e agora o órgão responsável pela aprovação de medicamentos na União Européia também deve se reunir para discutir o assunto.

O medicamento foi aprovado para venda no Brasil em abril deste ano, mas por enquanto só pode ser encontrado em importadoras. Apesar disso, e do preço salgado (uma caixa com 56 drágeas chega a custar mais R$ 750), a pílula ganhou relativa popularidade por ajudar a perder peso rapidamente.

O Acomplia é recomendado para auxiliar no tratamento da obesidade e excesso de peso, em combinação com dieta e exercícios.

O remédio ajuda a evitar o desenvolvimento de diabetes e doenças cardiovasculares e atua como um bloqueador dos receptores cerebrais que regulam o apetite e a capacidade do organismo de absorver açúcares e gorduras no sangue.

Depressão

Na Grã-Bretanha, o remédio já foi liberado para uso comercial e é usado por cerca de 37 mil pessoas. O sistema público de saúde do país (NHS, na sigla inglesa) ainda avalia o emprego do medicamento.

A recomendação de proibir o Acomplia nos Estados Unidos foi tomada depois que uma junta médica avaliou estudos realizados em vários países.

A conclusão apresentada pelos cientistas à FDA foi que o remédio aumenta os pensamentos em suicídio até em pessoas que não têm histórico de depressão.

Outras pesquisas perceberam aumentos nos casos de ansiedade, insônia e ataques de pânico em pacientes que tomaram pílulas de 20mg de rimonabanto, em comparação com os que tomaram placebo.

"Os indícios de aumento nas tendências suicidas e depressão é particularmente preocupante para um droga cujo uso é recomendado aos obesos, um grupo que já provou ter incidências significantemente mais altas de depressão e de distúrbios alimentares, em comparação com indivíduos não-obesos", concluiu a junta médica.

A FDA vai voltar a avaliar o caso no mês que vem. A sanofi-aventis afirmou que vai continuar a cooperar com a comissão americana para atender às recomendações da agência.

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