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18 de ago. de 2007
TRANSPLANTE FACIAL III - AS ETAPAS
SE DER CERTO,É O INICIO DA RECONSTRUÇAO DO HOMEM,A IMAGEM DO HOMEM...
O jornal britânico The Sunday Times revelou no último fim de semana como está a aparência da primeira pessoa a se submeter a um transplante parcial de rosto no mundo. Pouco menos de dois meses após receber novo queixo, lábios e nariz, a francesa Isabelle Dinoire, 38 anos, se aventurou a circular na rua pela primeira vez após a cirurgia, apesar das cicatrizes aparentes e dos movimentos ainda limitados do rosto "híbrido".
Isabelle ainda corre o risco de rejeição aos novos tecidos - problema que enfrentou no mês passado -, mas conseguiu se recuperar com a administração de esteróides. De acordo com os médicos, sua recuperação está nos estágios iniciais. Ela não tem previsão de alta e passa boa parte do tempo em seu quarto do hospital em Amiens.
Orientada por psiquiatras e ainda relutante a encarar lugares públicos, a francesa deixou a unidade para visitar as filhas na casa da família, distante centenas de quilômetros do hospital. Na ocasião, Isabelle Dinoire reviu Lucie, 17 anos, e Laure, 15 anos, e deu importante passo rumo a uma vida normal. O rosto da francesa ficou tão deformado ao ser atacada por um cão que uma das filhas se recusava a ver o rosto da mãe até a realização do transplante.
Isabelle submeteu-se a uma complexa cirurgia em Lyon, efetuada por uma equipe de 50 médicos, para recompor o rosto dilacerado por seu cão cinco meses antes, quando estava inconsciente em casa, após ingerir grande quantidade de sonífero em uma tentativa de suicídio, segundo o The Sunday Times. O queixo, boca e nariz recebidos por Isabelle foram doados pela família de Maryline Saint-Aubert, que se suicidou.
A francesa ainda não consegue controlar parte dos movimentos do rosto, mas os médicos da equipe do cirurgião Jean-Michel Dubenard estão confiantes de que ela irá reavê-los plenamente. Hoje, sua boca parece ligeiramente caída, mas a sensibilidade em boa parte do rosto voltou e ela já consegue se alimentar normalmente, assim como recuperou o antigo vício de fumar. Também já fala com clareza, apesar da dificuldade em pronunciar letras como "p" e "b", que exigem maior movimento dos lábios.
Na lento processo de volta ao convívio com a sociedade, Isabelle faz planos para o futuro. Na última quinta-feira, ela se reuniu com corretores imobiliários em busca de uma casa nos arredores do hospital onde realiza o tratamento. A idéia é se mudar para a região com as duas filhas e começar uma nova vida, iniciando um curso universitário. Ela também pensa em abrir uma loja de roupas infantis.
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