9 de out. de 2007

O SERIAL KILLER RUSSO...


Serial killer diz que 1ª morte foi como 1º amor



O russo acusado do assassinato de 49 pessoas compareceu nesta terça-feira à corte em Moscou para que mais onze vítimas fossem adicionadas ao número. Alexander Pichushkin, 33 anos, ainda afirmou ao júri que a primeira vez que estrangulou um homem foi como "se apaixonasse pela primeira vez",

"Uma primeira morte é como um primeiro amor. Você nunca esquece", disse ele de sua jaula em Corte após explicar como começou a matar aos 18 anos. Sua primeira vítima foi um colega. Pichushkin ficou conhecido como o "assassino do xadrez" ao dizer que queria completar um tabuleiro de xadrez com suas vítimas.

Pichushkin contou que sugeriu ao seu colega de colégio que eles matassem alguém, mas quando seu amigo se recusou, "eu enviei ele para o céu". Após dizer isso, ele sorriu para o júri.

A polícia precisou de 14 anos para resolver os misteriosos assassinatos que o último maníaco da Rússia tramava em sua cabeça enferma. Quando policiais invadiram o apartamento deteriorado em que Alexander Pichushkin vivia com a mãe, em Moscou, no ano passado, as coisas logo se tornaram claras. A polícia encontrou um tabuleiro de xadrez no qual Pichushkin, 33 anos, havia inscrito um número para cada vítima.

Esta semana, teve início o julgamento no qual ele é acusado de 49 assassinatos, ainda que o total que lhe é atribuído seja de 62. Ao que parece, o último maníaco da Rússia tinha dois objetivos. O primeiro era tirar a vida de 64 pessoas, tantas quanto as casas de um tabuleiro de xadrez, como ele mesmo disse. O segundo era competir com o assassino serial mais famoso do país, Andrei Chikatilo, que em 12 anos matou 52 crianças e mulheres jovens.

A polícia presume que Pichushkin tenha matado a maioria de suas vítimas com golpes de martelo ou garrafas de vodca contra a cabeça. Esta última técnica foi utilizada contra os moradores de rua que ele atraía ao parque Bittsa sob o pretexto de lhes oferecer um trago. "Para mim, uma vida sem assassinato é como uma vida sem comida", ele declarou em confissão diante de câmeras de TV.

"Sinto-me como um pai para essas pessoas, pois fui eu quem lhes abriu as portas para o outro mundo". Na saída do primeiro dia de julgamento, segunda-feira, os jornalistas perguntaram por que ele havia cometido os crimes, e a resposta foi lacônica, sem emoção; "Era assim que eu me sentia".

Pichushkin não foi capaz de concluir seu plano macabro porque a última de suas vítimas intuiu a cilada. O assassinato do tabuleiro trabalhava como vendedor em uma loja de alimentos, e um dia convidou uma colega de trabalho para um passeio no parque. Foi em 5 de junho de 2006. Ela deixou um bilhete ao filho explicando aonde pretendia ir, e em companhia de quem. A polícia encontrou o papel e, 10 dias mais tarde, deteve Pichushkin.

Ainda que inicialmente ele negasse os indícios, terminou confessando depois que policiais mostraram uma gravação de câmeras de segurança do metrô que o mostrava em companhia da mais recente vítima. Alexander Pichushkin não parece humano, e sim um maníaco de cinema. Não lhe custou muito começar a revelar todos os seus crimes, e até vangloriar-se deles. Em 2005, quando a cidade viveu um pânico devido às suas numerosas ações, a polícia deteve um homem erroneamente.

Pichushkin assassinou duas pessoas na mesma semana, para demonstrar que não haviam conseguido detê-lo. Acompanhava com atenção o que a imprensa publicava sobre seus crimes, e se irritava muito quando detalhes que considerava essenciais estavam ausentes dos relatos. De acordo com o suposto maníaco, seu truculento torneio de xadrez começou em 1992, com o assassinato de um colega da escola onde estudava.

A polícia o interrogou, então, mas não foram movidas acusações contra ele. Aquele foi exatamente o ano em que Chikatilo foi condenado. Depois dessa primeira experiência, Pichushkin só voltou a atuar uma década mais tarde. Em 2005 e 2006, seus ataques se tornaram mais freqüentes, e talvez por isso tenha saído derrotado.

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