SITE DE USO PESSOAL,PARA PESSOAS INTELIGENTES,QUE OLHAM O FUTURO...QUE PODERÁ SER TERRIVEL,SE NADA FOR FEITO... SEJA BEM VINDO
22 de out. de 2007
GUERRA CIVIL DO RIO..
Guerra do Rio faz mais vítimas inocentes
Motoqueiro é alvejado por bala perdida durante operação policial para reprimir o tráfico de drogas no Complexo do Alemão
RIO - Um dia depois de uma menina de 13 anos ser morta em operação policial no Morro dos Macacos, em Vila Isabel, a guerra do Rio, que há um mês chocou o país, com a morte de outra criança , o menino João Hélio de seis anos , faz novas vítimas inocentes. Confronto entre traficantes e policiais no Complexo do Alemão, em Bonsucesso, também na Zona Norte, deixou pelo menos um policial e um bandido mortos e nove pessoas feridas, entre elas quatro atingidas por balas perdidas. Entre as vítimas está uma professora que estava numa escola e chegou a ligar para o marido, avisando que tinha sido atingida por bala perdida ( veja casos de crianças atingidas por balas perdidas ). Uma situação parecida com a que viveu a menina Priscila, de 13 anos, em São Paulo , alvejada por um tiro e que, caída no chão, telefonou para a mãe. Durante a operação foi estourado um paiol do tráfico com armamento pesado e cerca de 15 mil balasl . Veja fotos da operação.
A polícia entrou na comunidade para tentar prender Antonio Ferreira de Souza, bandido conhecido como Tota e que seria chefe da venda de drogas na área. Um helicóptero e o blindado apelidado de Caveirão deram apoio à operação. Assim como no Morro dos Macacos, os policiais entraram na favela em horário de movimento, com moradores indo para o trabalho e crianças, para a escola (opine: a polícia não deveria mudar de estratégia? ). Também como nos Macacos, a polícia informou ter sido recebida a tiros pelos traficantes. Novamente repetindo o dia anterior, gente que não tem nada a ver com a guerra entre bandidos e policiais acabou sofrendo as conseqüências. ( Relembre a última operação no Complexo do Alemão ). Há menos de um mês, no mesmo complexo de favelas, um morador morreu atingido por bala perdida.
Policial se posiciona próximo aos fotógrafos durante operação contra o tráfico de drogas no Complexo do Alemão
O aposentado Cleber José da Silva Martins, de 55 anos, foi um dos primeiros baleados. Morador do Cachambi, ele foi a Ramos comprar uma peça para sua moto, quando uma bala perdida o atingiu na coxa esquerda. Cleber caiu em frente à Favela da Grota. Também na entrada da Grota, num galpão da Comlurb, o gari Eduardo Miranda, de 36 anos, foi atingido por um tiro de raspão na coxa esquerda. Funcionários da Comlurb e da vizinha Vila Olímpica Carlos Castelo ficaram apavorados. Muitas crianças faziam aulas de natação e futebol e só conseguiram sair correndo após 10h. O aposentado e o gari foram medicados no Hospital Geral de Bonsucesso. Para o mesmo hospital foi levado um policial da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), atingido por estilhaços de granada no olho esquerdo.
A professora Matilde Ferreira, de 40 anos, foi baleada do outro do lado do Complexo do Alemão, em Olaria. Ela saía da Escola Peninha Verde, na Rua João da Silva, quando foi atingida na coxa direita. Moradora da Ilha do Governador, ela dizia ao marido, Manuel Ferreira, que tinha medo de ser baleada. Outros dois feridos foram levados para o Getúlio Vargas.
O PM Lázaro Poti, baleado no pescoço e nas mãos, e um representante comercial, de 48 anos, atingido de raspão na cabeça, num ponto de ônibus. Outro policial civil, da Delegacia de Roubos e Furtos de Automóveis (DRFA), foi baleado no pé e atendido na Clínica Doutor Balbino, em Olaria. Também ficaram feridos e foram levados para o hospital dois jovens, que, segundo a polícia, podem ter relação com o tráfico. Outros oito traficantes, ainda de acordo com policiais, teriam sido baleados e estariam na favela.
Um bandido não identificado foi morto. Seu corpo chegou a ser levado pelo carro blindado (“caveirão”) do Batalhão de Operações Especiais (Bope) para o Getúlio Vargas. Os traficantes atiraram contra o helicóptero da Polícia Civil que foi resgatar o corpo do agente da Polinter José Carlos Pereira Mondaine, morto no início da operação. O policial ficou encurralado próximo a um campo de futebol, no alto da Grota, na localidade conhecida como Pedreira. Só depois de vários rasantes do helicóptero, agentes conseguiram retirar o corpo do policial.
O delegado Alan Turnowski, que comandou toda a operação, comemorou o resultado da incursão, mas lamentou as vítimas de balas perdidas:
— Infelizmente, o poderio dos traficantes era grande, mas a polícia não pode deixar de atuar. Num complexo onde 95% das pessoas são honestas, infelizmente isso (inocentes serem feridos por balas perdidas) pode acontecer.
Assine O Globo e receba todo o conteúdo do jornal na sua casa
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário