17 de jun. de 2007

ORGÁSMO FEMININO... O TABÚ




Não há dúvida que o tabu existe. Tanto é verdade, que a colega consulente usou um redirecionador para esconder o endereço de e-mail da remetente. Tanto é verdade, que ao programar um curso integrado sobre reprodução humana para alunos de um curso de medicina, em 1982 fui chamado ao gabinete do Diretor da Faculdade, porque uma aluna havia apontado, no programa uma aula sobre a fisiologia do coito, ao general seu pai e este exigira do Diretor que esta aula fosse retirada da programação...

Hoje os tempos são outros, sem dúvida, embora ainda não se fale em coito durante o curso médico, salvo quando a medicina legal trata de sua criminalização. Vamos tentar responder do modo mais objetivo.

As práticas orientais são conhecimentos milenares que se baseiam em observações de resultados e para os quais os antigos buscaram justificativas de cunho quase sempre morfológico, mas desprovidas de apoio na realidade. Pratica-se hoje a acupuntura com base na medicina chinesa tradicional, sem que se admita a existência dos tais canais comunicantes entre os pontos de acupuntura e os órgãos correspondentes, passando pelos chamados meridianos. Desconhecemos mais do que sabemos sobre os fenômenos envolvidos na acupuntura, entretanto temos explicações envolvendo a apomorfina que eram totalmente desconhecidas dos antigos. Coisa semelhante ocorre com o Kamasutra e toda a cultura oriental do prazer sexual. Sabemos que fenômenos psicológicos, envolvendo condicionamento respondente ou pavloviano e operante ou skineriano, são muito mais importantes que localizações anatômicas definidas na determinação de pontos eróticos do Kamasutra. Muitas mulheres são excitadas sexualmente, até ao orgasmo, com um beijo na nuca, ou mesmo na palma da mão. Isto porque estes locais tão ricos em terminações nervosas sensitivas quanto os mamilos, pequenos lábios, colo uterino ou clitóris. Peculiaridades individuais, condicionamento, reatividade seletiva?

Seus livros de Anatomia, Histologia e de Fisiologia ressaltam que a inervação sensitiva da vagina é bastante escassa e restrita ao intróito vaginal, o que é, aliás, do conhecimento de todas as multíparas, que referem a passagem do feto pelo colo uterino, pelo intróito, mas não percebem a localização intravaginal do polo cefálico.
A origem das colunas ocorre numa elevação nodular, adjacente ao intróito vaginal que se denomina o tubérculo vaginal. Terminam, as colunas, num espaço triangular, adjacente ao trígono da bexiga. Este tubérculo vaginal da menina ou mulher adulta não deve ser confundido com o tubérculo genital do fim do período embrionário que se irá diferenciar na glande do pênis ou do clitóris. A região da vagina adjacente ao tubérculo vaginal torna-se entumescida e a musculatura lisa vaginal contrai-se ritmadamente durante a fase orgásmica, massageando suavemente o pênis. . A localização desta elevação ou tubérculo poderá corresponder ao denominado ponto G, mas sua inervação é escassa e predominantemente vasomotora. O desenvolvimento da musculatura desta região, atribuindo-lhe uma capacidade contrátil expulsiva, através da tecnica do pompoarismo, pode ter muito valor anedótico, mas pode ser contraproducente para a boa realização sexual. Considerando os fatos expostos, perguntar-se-ia: Se assim é, por que nossa consulente, ou alguém de seu conhecimento, chegou ao orgasmo manipulando exatamente esta saliência, ou tuberosidade? Porque estimulou seu clitóris e porque já estava condicionada que o orgasmo era uma experiência extremamente prazeirosa.! Nenhuma mulher anorgásmica passa a tê-los por estimular exclusivamente o tal ponto G.
Durante a fase de excitação sexual a mulher experimenta uma série de fenômenos vasomotores, resultantes da estimulação de nervos pudendos ou de estímulos de origem cortical que podem ser desencadeados de várias maneiras, salientando-se no caso o valor das palavras ou o tom em que sejam proferidas. Parece que o homem é mais sensível à excitação por estímulos visuais enquanto a mulher reage mais intensamente a estímulos auditivos. Na via final de tais estímulos estão mediadores que promovem vasodilatação das vênulas e o aumento de sua permeabilidade. Poucos são os capilares na lâmina própria do endocolpos, mas muito abundantes as vênulas de tipo semelhante às encontradas no tecido muscular, na mucosa nasal e no mamilo e muito reativas à epinefrina, nor-epinefrina e histamina. A congestão leva ao edema, constrição da luz vaginal, protusão das pregas vaginais e transudação de plasma através do epitélio. Estudos com cinematografia intravaginal realizados pelo casal Master e Johnson demonstraram o porejamento do plasma em toda a superfície vaginal de uma mulher medianamente excitada. Quando uma mulher diz que lhe basta ouvir determinadas palavras, ditas com certa entonação para que fique toda molhada é porque houve condicionamentos anteriores nos quais estes estímulos foram seguidos de conseqüências agradáveis, ou reforçadoras, que tornaram esta resposta vasomotora mais provável. O orgasmo é um, senão o mais, importante reforçador em ambos os sexos. Experiências anteriores tornam a transudação vaginal, pelo condicionamento pavloviano, um estímulo sinal indicativo da iminência de um orgasmo. Condicionamentos operantes podem levar então a reações de esquiva ou fuga quando esta sinalize uma experiência desagradável. Caso uma experiência anterior tenha sido reforçadora, o condicionamento operante levará a comportamentos participativos da relação sexual que culminem na reação orgásmica. Reações historicamente desprazeirosas, notadamente na primeira relação sexual, dificultariam a experiência orgásmica. Açodamentos em experimentar uma primeira relação, por mera imitação ou curiosidade, podem tornar uma jovem numa futura mulher anorgásmica, que requererá cuidados especiais.
As funções exercidas pela vagina já são bastante importantes o que torna desnecessário atribuir-lhe, fantasiosamente, outros papeis. Como já dizia um falecido professor de anatomia, a vagina é o órgão mais importante, porque une o útil ao agradável.
É importante definir que o orgasmo feminino pertence à mulher. O máximo que o homem pode fazer para que uma mulher atinja o orgasmo com ele é ser muito carinhoso e, sobretudo, não atrapalhar. Há muitos modos pelos quais um profissional pode educar uma mulher para facilitar seus orgasmos mas não existe um profissional que possa ensinar um homem a provocar orgasmos nas mulheres. Lamento decepcionar os interessados do sexo masculino, mas não tenho essa fórmula mágica. O mais importante é que aquela mulher queira atingir o orgasmo com aque

Um comentário:

Anônimo disse...

MUITO BOM ESSE ARTIGO..SOU CASADO A MUITO. E NAO SABIA COMO ERA O ORGAO REPRODUTOR DE UMA MULHER..
AGORA POSSO ENTENDER MAIS,DE MULHER,E DA MINHA,QUE PENSAVA SABER TUDO...

OBRIGADO...
EXITEM OUTROS,,MAS AQUI FOI MAIS PRATICO PESQUISAR..ENTRA NO ASSUNTO DIRETAMENTE...