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24 de nov. de 2008
FLORIANÓPOLIS - O número de mortos pelas enchentes em Santa Catarina chegou a 101,e 36 pessoas estão desaparecidas segundo informações da Defesa Civil. O Estado segue em alerta para o risco de deslizamentos, alagamentos e novas enchentes.
No Estado, 14.511 pessoas estão desabrigadas e os desalojados chegam a 78.043. Os desabrigados são pessoas que tiveram que sair de suas casas e precisam da ajuda do Estado. Já os desalojados são pessoas que foram obrigadas a sair de suas casas por conta dos danos das chuvas, mas que não precisam de ajuda do Estado pois podem ir para casas de parentes ou amigos.
Ilhota é a cidade com o maior número de mortos: são 15, segundo a Defesa Civil. Em Blumenau, uma das cidades mais atingidas, 13 pessoas morreram e 150 mil estão sem energia elétrica. O número de munícipios isolados subiu para oito. Estão sem contato com outros locais por conta de queda de barreiras ou de pontes os municípios de São Bonifácio, Luiz Alves, São João Batista, Rio dos Cedros, Garuva, Pomerode, Itapoa e Benedito Novo.
A Defesa Civil de Santa Catarina também trabalha com o conceito de "afetados" - mais de 1,5 milhão de pessoas -, que são todos aqueles que tiveram sua vida alterada de alguma maneira, seja porque o ônibus não podia passar ou porque o telefone não funciona, por exemplo.
As chuvas também causaram a ruptura de um tubo de gás entre as cidade de Luiz Alves e Gaspar e, por isto, o abastecimento de gás está interrompindo do município de Guaramirim até Rio do Sul.
Helicópteros e botes a motor estão sendo utilizados ininterruptamente para resgatar pessoas, segundo a Defesa Civil. Os Estados vizinhos Rio Grande do Sul e Paraná vão participar das operações de resgate a partir desta segunda-feira, atendendo a um pedido do governador de Santa Catarina, Luiz Henrique da Silveira (PMDB).
A situação deve continuar nos próximos dias já que a previsão do tempo, de acordo com a Defesa Civil do Estado, é de mais chuvas para esta semana, principalmente no Litoral, Vale do Itajaí e Planalto Norte.
Blumenau
O nível do Rio Itajaí-açu baixou para a marca de 10,86 metros na manhã desta segunda-feira, no centro de Blumenau, segundo boletim da Defesa Civil. A marca era de 11,52 metros na madrugada, o que causou inundação em 250 ruas da cidade. Os secretários Nacional e Estadual de Defesa Civil e o governador do Estado, Luiz Henrique da Silveira, vão se reunir na manhã de hoje para definir as medidas a serem adotadas nas regiões afetadas.
Na cidade de Blumenau, já foram registradas 10 mortes e o prefeito João Paulo Kleinubing declarou estado de calamidade pública na noite de domingo. No sábado, ele já havia decretado situação de emergência, mas, devido ao agravamento do quadro na cidade, com novas quedas de barreiras e enxurradas, optou-se pela calamidade.
Para esta segunda-feira, a expectativa é receber 1 mil colchões e 10 botes a motor enviados do Paraná pelo Exército. “O grande desafio para esta segunda-feira será abastecer os abrigos com medicamentos e alimentos”, dise o prefeito. Até a noite de domingo, a cidade tinha cerca de 800 pessoas em abrigos e 4.200 na casa de amigos, parentes ou vizinhos. O prédio da Prefeitura da cidade ficará fechado para atendimento ao público.
As autoridades do município recomendam que as pessoas não saiam de casa. Segundo o diretor Telmo Duarte, vários pontos, nos bairros, estão em situação de risco.
"Mesmo com a diminuição da intensidade das chuvas e o nível do rio diminuído, a terra está muito encharcada e continua oferecendo riscos", avisou Duarte, aconselhando as pessoas a levarem consigo apenas objetos pessoas, colchão e alguma roupa para facilitar a mobilização. As escolas públicas e particulares no município permanecem sem aulas até que a situação se normalize na cidade.
Recomendações
Em seu site, a Defesa Civil recomenda que, no caso de alagamentos, a população evite o contato com as águas que podem estar contaminadas e causar doenças. Outro conselho é não dirigir em lugares alagados.
Moradores de áreas vulneráveis a deslizamentos devem ficar atentos para o aparecimento de fendas, depressões no terreno, rachaduras nas paredes das casas e inclinações de troncos de árvores ou postes.
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