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12 de abr. de 2008
DENGUE - O RETORNO
Estado do Rio tem 80a morte por dengue;por enquanto , casos superam os de 2007
O número de casos de dengue notificados no Rio de Janeiro este ano supera em quase 9 mil o total de 2007, informou nesta quinta-feira a Secretaria Estadual de Saúde, que confirmou a 80a morte em decorrência da doença no Estado.
No ano passado, 66.553 pessoas contraíram dengue no Rio, com 31 óbitos, ante os 75.399 casos de dengue notificados oficialmente até esta quinta-feira. Além das 80 mortes, outras 79 estão sendo investigadas por suspeita de dengue.
Na capital, onde já ocorreram 47 mortes pela doença este ano, os 45.463 casos superam em muito os 25.107 do ano passado, quando 26 pessoas morreram na cidade no ano inteiro.
Desta vez, a enfermidade tem se mostrado mais letal do que em 2002, quando aconteceu a pior epidemia de dengue no Estado. Naquele ano, aconteceram 288.000 casos e 91 mortes ao longo do ano, mostrando uma letalidade inferior à atual.
"O último aumento não indica que tenha se agravado, já que as mortes não aconteceram nos últimos dias, mas sim foram confirmadas agora como causadas pela dengue", disse um funcionário da Secretaria de Saúde do Estado por telefone.
Entretanto, a epidemia está sendo mais grave do que a de 2002 porque predommina o tipo 2 do vírus, que resulta na altamente letal dengue hemorrágica, segundo a secretaria. A faixa etária entre 15 e 49 anos é a mais afetada, mas a dengue provocou mais mortos por enquanto em crianças de até 15 anos, com um total de 97 mortes, informou a secretaria em seu último relatório oficial de casos de dengue.
Nesta semana, o Exército iniciou uma operação de combate a focos de reprodução do mosquito "Aedes aegypti" nas ruas do Rio de Janeiro, mas especialistas acreditam que a medida não tem validade efetiva.
Uma vez que a epidemia já está instalada, seria necessário matar o mosquito adulto com o uso de inseticidas, segundo pesquisadores, mas apenas 17 fumacês (carro usado no combate ao mosquito) estão em ação na cidade -- menos da metade dos 35 que operaram em 2002.
As autoridades fluminenses esperam que, além das medidas emergenciais tomadas para deter a doença, a queda de temperatura nos próximos meses, depois de um verão quente e úmido, ajude a conter a epidemia.
Em 2002, os casos caíram abruptamente a partir de abril. Enquanto março teve 99.861 casos notificados, em abril o número caiu para 31.642, e em maio foram 7.208.
"Quando baixar a temperatura, o clima vai favorecer na contenção da epidemia", disse a fonte da secretaria.
O que é a Dengue
Aedes aegypti - (Foto: Genilton Vieira/IOC/Fiocruz)A dengue é uma doença infecciosa febril aguda causada por um vírus da família Flaviridae e é transmitida através do mosquito Aedes aegypti, também infectado pelo vírus. Atualmente, a dengue é considerada um dos principais problemas de saúde pública de todo o mundo.
Tipos de Dengue
Em todo o mundo, existem quatro tipos de dengue, já que o vírus causador da doença possui quatro sorotipos: DEN-1, DEN-2, DEN-3 e DEN-4.
No Brasil, já foram encontrados da dengue tipo 1, 2 e 3. A dengue de tipo 4 foi identificada apenas na Costa Rica.
Formas de apresentação
A dengue pode se apresentar – clinicamente - de quatro formas diferentes formas: Infecção Inaparente, Dengue Clássica, Febre Hemorrágica da Dengue e Síndrome de Choque da Dengue. Dentre eles, destacam-se a Dengue Clássica e a Febre Hemorrágica da Dengue.
- Infecção Inaparente
A pessoa está infectada pelo vírus, mas não apresenta nenhum sintoma. A grande maioria das infecções da dengue não apresenta sintomas. Acredita-se que de cada dez pessoas infectadas apenas uma ou duas ficam doentes.
- Dengue Clássica
A Dengue Clássica é uma forma mais leve da doença e semelhante à gripe. Geralmente, inicia de uma hora para outra e dura entre 5 a 7 dias. A pessoa infectada tem febre alta (39° a 40°C), dores de cabeça, cansaço, dor muscular e nas articulações, indisposição, enjôos, vômitos, manchas vermelhas na pele, dor abdominal (principalmente em crianças), entre outros sintomas.
Os sintomas da Dengue Clássica duram até uma semana. Após este período, a pessoa pode continuar sentindo cansaço e indisposição.
- Dengue Hemorrágica
A Dengue Hemorrágica é uma doença grave e se caracteriza por alterações da coagulação sanguínea da pessoa infectada. Inicialmente se assemelha a Dengue Clássica, mas, após o terceiro ou quarto dia de evolução da doença surgem hemorragias em virtude do sangramento de pequenos vasos na pelo e nos órgãos internos. A Dengue Hemorrágica pode provocar hemorragias nasais, gengivais, urinárias, gastrointestinais ou uterinas.
Na Dengue Hemorrágica, assim que os sintomas de febre acabam a pressão arterial do doente cai, o que pode gerar tontura, queda e choque. Se a doença não for tratada com rapidez, pode levar à morte.
- Síndrome de Choque da Dengue
Esta é a mais séria apresentação da dengue e se caracteriza por uma grande queda ou ausência de pressão arterial. A pessoa acometida pela doença apresenta um pulso quase imperceptível, inquietação, palidez e perda de consciência. Neste tipo de apresentação da doença, há registros de várias complicações, como alterações neurológicas, problemas cardiorrespiratórios, insuficiência hepática, hemorragia digestiva e derrame pleural.
Entre as principais manifestações neurológicas, destacam-se: delírio, sonolência, depressão, coma, irritabilidade extrema, psicose, demência, amnésia, paralisias e sinais de meningite. Se a doença não for tratada com rapidez, pode levar à morte.
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