Tempestades matam 38 e afetam 4 milhões na China
As tempestades e inundações que afetam o sul da China há quatro dias e deixaram pelo menos 38 mortos e quatro milhões de desabrigados fizeram com que metade das regiões e províncias chinesas decretasse "estado de alerta".
Mais de 300 mil pessoas perderam seus lares ou tiveram que ser retiradas de suas casas, segundo informações publicadas hoje pela agência estatal Xinhua.
Uma das regiões mais afetadas é a província de Cantão (sul), onde 14 pessoas morreram, 29 ficaram feridas, quatro foram dadas como desaparecidas e 20 mil tiveram que sair de casa devido às inundações e deslizamentos de terra nas localidades de Heyuan, Shaoguan, Meizhou, Shanwei e Qingyuan.
Em Cantão, as chuvas e enchentes destruíram 3.100 casas, danificaram 26 mil hectares de plantações, causaram perdas de US$ 35 milhões e deixaram um saldo de 1,2 milhão de desabrigados.
Como ocorre todos os anos nessa província, a ferrovia local foi gravemente afetada, especialmente no trajeto entre as cidades de Meizhou e Shantou, o que obrigou a empresa responsável pelo sistema a oferecer ônibus extras para os 1.1 mil viajantes que não puderam usar o trem.
Na vizinha região autônoma de Guangxi, a oeste de Cantão, 13 pessoas morreram e uma foi dada como desaparecida em virtude das fortes chuvas, registradas especialmente nas localidades de Liuzhou, Hechi, Baise e na cidade turística de Guilin, famosa por suas grutas e cavernas.
Ainda em Guangxi, 8.7 mil imóveis ficaram destruídos e 1,7 milhão de pessoas foram afetadas de alguma forma pelas tempestades e inundações, das quais 103 mil tiveram que deixar suas casas.
Além disso, pelo menos 29 açudes da região sofreram danos e 59 fábricas locais tiveram que suspender suas atividades, segundo a agência Xinhua.
Ontem, foi divulgado que 11 pessoas morreram e mais de 158 mil pessoas ficaram sem casa devido às inundações em outras províncias do sul do país (Hunan e Sichuan) e na região noroeste de Xinjiang.
Em Hunan, onde as tempestades já duram quatro dias, as autoridades calculam que há um milhão de desabrigados. Já na capital da província, existe o risco de transbordamento do rio Xiangjiang, um afluente do Yang Tsé.
As águas desse curso d'água alcançaram seu maior nível em 20 anos, razão pela qual as autoridades entraram em alerta máximo depois da previsão de pelo menos outras duas tempestades nos próximos quatro dias. A província de Hunan foi a primeira para qual a Cruz Vermelha enviou cobertores, desinfetantes e outros artigos de primeira necessidade para dos desabrigados.
A cada verão, milhares de pessoas morrem na China em função de desastres naturais, sobretudo tufões e inundações na bacia do Yang Tsé e em outras regiões do sul. Segundo o Ministério de Assuntos Civis, em 2006, 3.186 pessoas morreram devido a esses desastres naturais, 28,7% a mais que no ano anterior.
No ano passado, as províncias mais afetadas foram as do sudeste do país, região pela qual entram os tufões do Pacífico Ocidental, os quais, em 2006, foram mais freqüentes que em temporadas anteriores.
Especialistas admitem que o aquecimento global e a conseqüente mudança climática são responsáveis pelo aumento no número de desastres naturais em países como a China (segundo maior emissor de poluentes à atmosfera do planeta, depois dos Estados Unidos).
As piores inundações no país nas últimas décadas ocorreram em 1998, quando o aumento nos níveis de rios como o Yang Tsé e o Songhua (nordeste) deixaram mais de quatro mil mortos.
Um comentário:
É AS VEZES ACHO QUE ESTAMOS VIVENDO APOCALIPSE E NINGUEM SE APERCEBE DISSO...
QUE FALTA ACONTECER??
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